Uma mala leve para uma viajante por favor

Foto: Pexel Emre Kuzu





Não me diga que uma mala pesada é melhor, pois para mim, essa regra nem como exceção funciona. Como boa viajante, o essencial é mala leve, para que assim, eu possa seguir com espaço de sombra em mim e na mala. Sou melhor quando uso o que tenho e sou, sem limitar aquilo que posso encontrar pelo caminho e levar comigo. 


Vida é sobre se permitir transitar por entre lugares, sentimentos, histórias e pessoas. Viajar é sobre deixar um pouco do que se é e carregar um pouco de tudo que sentiu. O sentido não precisa ser entendido por terceiros, basta fazer sentido para quem decidiu percorrê-lo. 


O horizonte que uma janela guarda, não é limite ou fim, é a vista das várias possibilidades que o infinito guarda. Viajar é descobrir que sempre pode caber mais em mim ou até mesmo na mala. O melhor da saída não é chegar em outro lugar ou voltar, mas são os encontros, as mudanças pelo caminho e as descobertas que a estrada entrega para quem se permitiu atravessá-la.


Somos parte de tudo que foi visto, sentido, encontrado ou perdido. Somos resquício de nossas idas, despedidas, escolhas ou resistências. Somos uma imensidão guardada em ponte singelo e intenso chamado corpo. Então, qual o motivo de nos contentarmos com a superfície dos dias normais ou dos lugares já conhecidos?


Conhecer a imensidão das possibilidades é se permitir desvendar o mundo, dentro de olhares e sentimentos. Ultrapassando fronteiras físicas e mentais, desbravamos novos lugares e acabamos esbarrando em quem realmente somos. É impossível viajar sem ser afetado e transformado por tudo que a terra guarda e oferece sem cerimônia.

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