Há um tipo de queda que não faz barulho. Ela acontece quando você percebe que já tentou de tudo, que perdeu até o que não tinha. E mesmo assim, vem a vida e te derruba um pouco mais. Isso aconteceu com Ko Da Rim, protagonista da série "Dynamite Kiss" da SBS, disponível globalmente na Netflix. Antes mesmo do drama começar de fato, ela já tinha tropeçado no mundo várias vezes, o suficiente para duvidar dela mesma. Há quem prefira uma vida morna, ou seja, suficiente, nada mais que isso. No entanto, há quem busque uma vida calorosa e cheia de emoção, como um fogo que nos aquece até quando não é verão. Em “Dynamite Kiss”, as dívidas chegam em dobro para quem sonha, então para Ko Da Rim, apagar a chama é o único jeito de pagar a conta. E assim, o amor fica para depois e o trabalho para agora.
Os 30 anos da Ko Da Rim (interpretada pela atriz Ahn Eun Jin) foram uma sucessão de quedas, perdas e desapontamentos. Sua dedicação aos estudos e ao mercado de trabalho não a fez ser uma profssional de sucesso. Durante uma viagem inesperada para Jeju, ela conhece Kong Ji Hyeok (interpretado pelo ator Jang Ki Yong), um herdeiro sem tempo para perder com desconhecidos. O encontro entre os dois vai liberar todos os tipos de faísca: raiva, ciúme, atração, apoio e decepção. O retorno de Ko Da Rim para Seul acontece por motivos devastadores. Agora, o que aconteceu em Jeju, deve ficar em Jeju. “Dynamite Kiss” não explora uma paixão tipo conto de fadas, esse romance é explosivo, mas não no sentido que esperamos. O amor desse drama não é perfeito; amor nenhum é. Mas existe beleza em assistir duas pessoas aprendendo uma com a outra.
O que aconteceu em Jeju não ficou em Jeju. O reencontro do Kong Ji Hyeok com Ko Da Rim é uma surpresa dolorosa para ambos. Quando é necessário escolher entre trabalho ou amor, a voz do desespero fala mais alto. Talvez tenha sido isso, um ato em pleno desespero fez Ko Da Rim mentir: fingir ser mãe e casada para conseguir um emprego. Ser outra pessoa para sobreviver e ajudar sua família, foi uma mentira em nome de um sentimento nobre e uma causa urgente. “Dynamite Kiss” não desenha uma vida justa, ele retrata a vida como ela é: o mínimo para um pode ser tudo para outro. Nessa comédia romântica, sorrir não é sorte, sorrir é persistir na crença que dias melhores estão para chegar, não só para nós, mas também para quem amamos e admiramos.
Sempre vai existir uma saída, esteja ela bem sinalizada ou escondida. Não importa se é um dia difícil, um mês péssimo ou o pior dos anos, ainda é possível recomeçar de onde estamos. Em “Dynamite Kiss”, o amor não é garantia de calmaria, mas ele chega como um bote salva-vidas. Desse modo, nos agarramos ao amor, mesmo sabendo que não existe garantia no mar ou na vida. As mentiras pesam, nos puxam para baixo, mesmo quando não são mal-intencionadas. Mesmo quando nasceram do medo ou do desespero. Quando Ko Da Rim se disfarça de mãe para conseguir um emprego, ela se agarra a isso como quem não pode abandonar seu único bote. Nesse meio tempo, Kong Ji Hyeok vai aprender que no mundo, alguns ganham um caminho aberto e florido, como o dele, mas para a maioria, o caminho vem com muros e espinhos, como o dela. “Dynamite Kiss” é um K-drama que abala nossa convicção do que é certo e errado, justo ou injusto. Acredite, você só sabe quem você é quando precisar ser de verdade.
Onde assistir "Dynamite Kiss"? Netflix
Elenco Principal
Ko Da Rim interpretada por Ahn Eun Jin
Kong Ji Hyeok interpretado pelo ator Jang Ki Yong
Um texto de Cida Silva criadora do blog aqueCida
#blogaquecida #aquecida































