De quanto tempo precisamos? Quando será a hora certa para começar aquilo que estamos adiando? O quase vou, falo ou faço é uma eterna âncora que nos prende ao mesmo lugar. O que realmente falta para o mundo deixar de nos puxar para baixo? "The White Olive Tree" pergunta muito e responde pouco. Mas a vida também é assim, colecionamos mais dúvidas do que certezas. Muitas vezes, a falta de resposta alimenta um vazio que só a gente sente. Então mesmo que demore, acreditar na chegada dela é o único jeito de ser puxado de volta ao que é viver.
Tentar ser uma rocha em tempo integral não te faz forte o tempo inteiro. No drama chinês "The White Olive Tree" encontramos personagens ajudando a todos, mas esquecendo de se salvar primeiro. A história mostra como amores e amizades sobrevivem ao longo de uma guerra externa, mas também de conflitos internos e emocionais. Enquanto jornalistas e militares lidam com os absurdos da guerra, o misto de amor e amizade parece viver na beira de um grande penhasco. O que podemos fazer para evitar a queda?Entre mortes, injustiças e medo, como manter aquele sentimento vivo? Aquele sentimento capaz de fazer tudo aquilo que o mundo diz não ser para você. Tudo em "The White Olive Tree" visita os extremos da vida e mostra que estamos precisando de ajuda. Sim, ajuda para se curar, para perceber que ainda temos tempo, que o nosso sonho ainda pulsa aqui dentro e que amar é o verdadeiro tratado de paz com quem somos de verdade.
Apesar de atuarem no núcleo de suporte, os atores Gu Zi Cheng e Wang Tian Chen que interpretam Sa Xin e Benjamin, respectivamente, fazem um lindo e grande trabalho. O pouco tempo de tela não impede que a mensagem desses dois personagens seja entregue. A seriedade do Sa Xin, um estudante de jornalismo, sempre bate de frente com a felicidade irônica do Benjamin. Sobre ser parecidos, eles só eram em uma coisa: fieis ao sentimento de cumplicidade. Nenhum dos dois esconde quem são, ambos vivem 100% guiados pela escolha de ser o máximo de si mesmo. Mais que suporte, Sa Xin e Benjamin são a primavera do "The White Olive Tree".
Hoje, Benjamin é um capitão de carreira instável, mas no passado sonhava em ser jornalista. Sa Xin, mesmo sendo um incrível estudante de jornalismo, abandona tudo para servir ao exército e superar uma grande perda. Essa dupla jornada em "The White Olive Tree" leva personagens e público ao questionamento mais duro das nossas vidas: é mais caro desistir ou resistir? Aquele sonho não vivido poderia ter feito você viver mais? O pouco que temos agora pode ser o troco pelo custo de não prosseguir? Para Benjamin e Sa Xin, a vida e o tempo emitiram vários sinais. Um notou e avisou ao outro, mas talvez fosse tarde demais.
Sempre que fala sobre os conflitos externos e globais, "The White Olive Tree" lembra sobre as guerras internas que só nosso íntimo enfrenta. Sa Xin queria voltar ao mundo do jornalismo e levar Benjamin com ele, mostrando que não estamos velhos para realizar um sonho, mudar de carreira ou recomeçar a vida. Em "The White Olive Tree" o sentimento de vazio tem outro nome: saudade de si. Cada personagem desse drama percebe aos poucos que é hora de voltar para casa, mas ela não é um lugar, é o sentimento de uma escolha: a escolha de não desistir do que amamos, sonhamos e de quem realmente somos.