Com exerção da humana, as demais espécies não estão preocupadas com o tempo. Elas vivem o agora e isso basta. O entendimento de tempo que só os humanos carregam, virou uma prisão longe de qualquer liberdade que o conhecimento deveria garantir. Uma pessoa que não deseja morrer cedo, é a mesma que esconde e nega sua própria idade. Como se a dádiva de ganhar anos carregasse motivos para uma possível vergonha.

Para disfarçar o tempo na pele, cirurgias são feitas ou nos acostumamos em praticar exercícios visando a aparência no lugar da saúde. O medo de não ter muito tempo, faz a gente não aproveitar os minutos que já ganhamos. Muitas vezes, deixamos de viver o hoje, por medo do futuro ou sofrendo por conta do passado. Deixamos de lado o quê nasceu para estar em nossa frente, como um lembrete, um foco ou um aviso, de que: viver é esquecer do tempo para lembrar da vida.

Chegamos na segunda-feira desejando o final de semana. Começamos um mês já querendo o outro.  Nem terminamos uma estação e o mercado já apresenta as tendências da próxima. Estamos habituados em correr onde deveríamos apenas caminhar para apreciar a vista. O único receio do tempo é o de acontecer e esse deveria ser o nosso também.

Se aconteça. Liberte sua identidade dos padrões estabelecidos. Se permita ser do seu jeito. Encare a liberdade de criar, para criar uma vida ao seu modo, da forma que você acredita que ela deve ser. Não encare o tempo com tanto pavor. Ele não é um ditador, pois é você que atua nele. Se acostumar com a vida que você não gosta, é se acostumar com a pessoa que você não é.